Poetas e Poesias


Hino a Mundo Novo


Letra: Dante de Lima

Música: Alfredo Pinto

Na cadência de tuas montanhas

No verde de tuas entranhas
Onde predomina o guiné
Sob o teu céu estrelado
Um descobridor afortunado
Depositou a sua fé

E no seio de teu prado

Implantou um Mundo Novo
Orgulho de um povo
Hospitaleiro e adorado

E hoje, tantos anos decorridos,

Continuamos urbanos e destemidos
E orgulhosos dos brios teus
Com o coração pulsando forte
Te amaremos até a morte
Assim apraza a Deus!

Dez estrofes para Mundo Novo



Lucas Parente.
Inspirado em “Nossa Terra, Nossa Gente”, de Dante de Lima.
A história de uma vida
Não se conta sem paixão
A lembrança do passado
Na letra de uma canção
Reescrevendo a história
Reavivando a memória
Faz bater o coração.
Nossa viajem começa
Dentro do sertão baiano
Quando a seca castigava
Animal e ser humano
O Nordeste em sofrimento
Pedia a Deus um alento
Trinta e três era o ano*.
Um grupo de fazendeiros
Pela seca castigado
Buscando em terras distantes
Comida para o seu gado
Adentrou pela Bahia
Cortando a mata bravia
Do interior do 
Estado.
Nesse grupo de valentes
Um deles merece nota
Liderou a comitiva
Que chegou nessas enconstas
Abrindo o mato a facão
Esse homem de visão
Foi José Carlos da Mota.
Os homens acostumados
À severa estiagem
Ficaram maravilhados
Ao ver aquela paisagem
Mata verde florescendo
Chuvas e rios correndo
Parecia uma miragem.
Achou água para o gado
Brotando dos pés do morro
Encontrou uma promessa
De vida para o seu povo
Vendo um rio a escorrer
A esperança renascer
Disse: É um mundo novo!
Começou como fazenda
Que cresceu rapidamente
Pelo seu verde e riqueza
Atraía muita gente
Logo era um povoado
Pelo povo comentado
Sua fama era crescente.
Assim nasceu a cidade
Que quem vê jamais esquece
Deixa saudoso quem parte
Apaixona quem conhece
Sua calma é que seduz
No alto da Santa Cruz
A doce brisa é uma prece.
Uma secreta magia
Que acolhe os visitantes
A alegria do seu povo
A grandeza dos seus montes
E uma certa nostalgia
De que nessa terra um dia
Tudo será como antes.
Aqui termina a canção,
Não a história dessa gente
O seu destino depende
De todos nós, finalmente
Para que ela viva e cresça
Não apenas na promessa
De um futuro reluzente.




VELHO TREM DE FERRO...

Trem de ferro movido a lenha,
a palavra saudade
me faz lembrar de você.
Velho trem contemporâneo dos bondes...
Velho trem do passado
de apito longo e apixonado
[...]
Lembro de você, velho trem!
Lembro de você partindo:
“café com pão”... “café com pão...” “café com pão...”
vomitando fumaça...
engolindo distâncias...
lembro de você sumindo...
Poeira, fumaça, bancos duros
fazendo impaciências e xingamentos...
Paradas nas estações.
Garotos mercados:
doces da jacobina,
umbus de Santa Luzia,
laranjas de Alagoinhas...
(Motta, 1983, p.52).

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